Sindicato dos médicos se manifesta após morte de recém-nascido em hospital no RS

Nota destaca falhas no atendimento pré-natal e repudia julgamentos antecipados contra médicas

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) divulgou uma nota oficial nesta quarta-feira, 16 de abril, manifestando solidariedade à família do recém-nascido que morreu no Hospital Centenário, em São Leopoldo, em um caso que tem ganhado repercussão na imprensa.

Segundo o Simers, é preciso trazer esclarecimentos técnicos sobre a situação. A entidade explica que a distocia de ombro, complicação obstétrica ocorrida no caso, é classificada como um evento imprevisível e não prevenível, mesmo diante de fatores de risco como diabetes gestacional e macrossomia fetal, conforme diretrizes da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

O sindicato afirma que não existem exames de imagem ou métodos clínicos capazes de prever com precisão a ocorrência dessa complicação, tampouco como impedi-la completamente.

A nota também denuncia falhas no atendimento à gestante, destacando a falta de controle glicêmico adequado e a não realização completa de exames de imagem essenciais durante o pré-natal. Há relatos de que a paciente chegou a não ser atendida por médicos em consultas agendadas, apesar do histórico de risco.

O Simers aponta que a assistência materno-infantil depende de uma estrutura adequada, equipe qualificada e protocolos claros. A ausência desses elementos evidencia uma falha sistêmica na rede de saúde de São Leopoldo, que, segundo o sindicato, precisa ser revista com urgência.

Por fim, o sindicato repudia julgamentos e condenações públicas antecipadas contra as médicas obstetras envolvidas, defendendo que apenas o Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers), comissões de ética médica, e quando necessário, o Poder Judiciário, têm competência para analisar os fatos e atribuir responsabilidades. O caso também está sob investigação da Polícia Civil.

“A medicina não aceita julgamento baseado em narrativas emocionais ou apelos políticos”, conclui a nota.

Sindicato Médico do Rio Grande do Sul – Simers

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