Carlos Bolsonaro depõe à PF sobre suspeitas envolvendo a “Abin paralela”
Vereador é ouvido em investigação que apura uso político da Abin e nega participação em esquema de espionagem ilegal

Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestou depoimento à Polícia Federal como parte das investigações sobre a chamada “Abin paralela”. O inquérito apura o uso indevido da Agência Brasileira de Inteligência para fins políticos, incluindo a suposta tentativa de golpe de Estado ao fim do governo Bolsonaro. Durante o interrogatório, o vereador afirmou que conheceu Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, apenas após ele assumir a chefia da segurança pessoal do então presidente, negando qualquer relação próxima com o deputado federal.
A PF investiga o uso do sistema FirstMile, de geolocalização de celulares, em ações consideradas ilegais. Carlos foi questionado sobre possível envolvimento na aquisição do software, mas negou participação. Uma assessora ligada ao vereador também foi ouvida, tendo negado qualquer pedido de informações sigilosas. O material apreendido em busca realizada em janeiro de 2024 — como laptop, pendrives e mídias digitais — está sendo analisado pelos investigadores.
A investigação, aberta há dois anos, está na fase final e deve ser concluída ainda neste mês. A expectativa é de que ao menos 15 pessoas sejam indiciadas. Segundo a defesa de Carlos Bolsonaro, o vereador colaborou com a investigação mesmo sem ter acesso aos autos, após dois pedidos formais negados pela Justiça.