Pedidos de demissão representam quase metade dos desligamentos no RS em janeiro

No mês de janeiro, o Rio Grande do Sul registrou uma tendência marcante no mercado de trabalho formal: quase metade das demissões foi iniciativa dos próprios trabalhadores. Dados recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelam que 46,3% dos desligamentos ocorreram por pedido dos profissionais, ultrapassando a demissão sem justa causa, que representou 36,2% dos casos. O número reflete uma mudança importante na relação entre empregadores e empregados.

Essa inversão no perfil dos desligamentos não é pontual. Em 2024, mais de 1,4 milhão de demissões foram contabilizadas no estado, e 40,9% delas foram a pedido dos funcionários, o maior índice desde a implementação do Novo Caged, em 2020. A evolução dos dados mostra que o trabalhador tem buscado mais protagonismo em sua trajetória profissional, priorizando alinhamento de valores e qualidade de vida.

A indústria de transformação e o comércio lideram os setores com maior número de desligamentos voluntários, enquanto regiões como a Serra e o Vale do Taquari concentram os maiores índices desse tipo de saída. A faixa etária de 19 a 29 anos é a mais representativa entre os que optam por deixar seus cargos, evidenciando uma nova geração com expectativas mais alinhadas ao propósito e ao bem-estar profissional.

Especialistas apontam que o ambiente organizacional e a falta de valorização estão entre os principais fatores que levam o trabalhador a pedir demissão. “As pessoas querem ser ouvidas, respeitadas e enxergar perspectivas de crescimento”, afirma. Para reverter essa tendência, empresas precisam investir em boas lideranças, diálogo constante e estratégias que promovam saúde mental e desenvolvimento.

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