Nova injeção contra HIV pode ser aplicada apenas uma vez por ano, revela estudo

A prevenção ao HIV pode estar prestes a passar por uma grande revolução. Um novo estudo revelou que a injeção lenacapavir, desenvolvida pela farmacêutica Gilead, pode ser administrada apenas uma vez por ano para prevenir a infecção pelo vírus. A descoberta, apresentada na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), mostrou que o medicamento permanece ativo na corrente sanguínea por mais de 12 meses, mantendo níveis eficazes para bloquear a infecção.

A principal vantagem dessa nova formulação é a melhoria na adesão ao tratamento, um dos desafios das terapias preventivas. Atualmente, muitas pessoas abandonam a profilaxia pré-exposição (PrEP) devido à necessidade de uso contínuo, seja diário ou semestral. Com a opção de uma única dose anual, especialistas acreditam que mais pessoas poderão aderir ao tratamento, reduzindo significativamente o número de novos casos de HIV.

Os testes clínicos foram realizados com 40 voluntários, que receberam uma dose de 5 gramas do lenacapavir. O medicamento se manteve em níveis seguros e eficazes no sangue por 56 semanas, e os efeitos colaterais foram leves, com relatos de dor no local da injeção que desapareceu em poucos dias. Apesar dos resultados promissores, o fármaco ainda precisa passar por novas fases de pesquisa antes de ser aprovado para uso em larga escala.

O alto custo ainda é um dos desafios para a implementação global. Atualmente, o lenacapavir custa cerca de US$ 40 mil por ano, tornando sua distribuição ampla um obstáculo, especialmente em países de baixa renda. No entanto, especialistas apontam que a produção em grande escala pode reduzir o preço, possibilitando sua inclusão em sistemas públicos de saúde. Se aprovada, a injeção anual pode se tornar uma alternativa acessível e prática na luta contra o HIV, promovendo um impacto significativo na saúde pública mundial.