Aumento do nível do mar acelera em 2024 e ameaça cidades costeiras no Brasil, afirma estudo
Dados da NASA mostram elevação acima do esperado, intensificando riscos de inundações e erosão costeira

O nível do mar está subindo mais rápido do que o previsto, segundo dados divulgados pela NASA. Em 2024, a elevação anual atingiu 0,59 centímetro, superando a expectativa de 0,43 centímetro por ano.
Esse crescimento acelerado gera preocupação para cidades litorâneas brasileiras, que enfrentam riscos crescentes de inundações e erosão costeira.
Cidades em risco no Brasil
O avanço do nível do mar ameaça milhões de brasileiros que vivem em regiões costeiras. Entre os locais mais vulneráveis estão:
- Rio Grande do Sul: Porto Alegre, Pelotas e municípios do litoral podem sofrer alagamentos e inundações mais frequentes.
- Rio de Janeiro: Regiões como Ilha do Governador e Duque de Caxias enfrentam alto risco.
- Pará: A ilha de Marajó e áreas de Belém estão sob ameaça crescente.
- Amapá: Oiapoque e a Reserva Biológica do Lago Piratuba podem ser atingidos.
- Maranhão: O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses pode perder parte de sua extensão para as águas.
Por que o nível do mar está subindo tão rápido?
A principal causa desse aumento acelerado é a expansão térmica dos oceanos. Esse fenômeno ocorre quando a água aquece e se expande, sendo, pela primeira vez em anos, o principal fator na elevação do nível do mar, superando o derretimento das calotas polares e geleiras.
“O aumento que observamos em 2024 foi além do esperado”, afirmou Josh Willis, cientista da NASA. “Os oceanos continuam subindo, e essa tendência está se intensificando”, alertou.
Desde 1993, os oceanos já subiram cerca de 10 centímetros, e a taxa de crescimento dobrou nesse período. O monitoramento é realizado por satélites como o Sentinel-6, e será ampliado com o lançamento do Sentinel-6B em breve.
O impacto do calor nos oceanos
A água dos oceanos se organiza em camadas térmicas, onde a superfície abriga águas mais quentes e as profundezas contêm águas frias e densas. Esse calor superficial normalmente demora a atingir camadas inferiores, mas fatores como ventos intensos e correntes oceânicas podem acelerar esse processo.
No Oceano Antártico, por exemplo, grandes correntes oceânicas redistribuem o calor, contribuindo para o aumento do nível do mar. Além disso, o fenômeno climático El Niño intensifica essa redistribuição ao deslocar massas de água quente pelo Oceano Pacífico.
O futuro das cidades costeiras
O ano de 2024 já é considerado o mais quente da história registrada, e os oceanos atingiram seus níveis mais altos em três décadas. Com isso, cresce a preocupação com o impacto em comunidades e ecossistemas costeiros.
Especialistas alertam para a necessidade de medidas urgentes para mitigar as mudanças climáticas. Sem ações eficazes para conter o aquecimento global, eventos extremos como inundações e erosão costeira se tornarão mais frequentes, colocando milhões de pessoas em risco ao redor do mundo.