Chance de asteroide colidir com a Terra se torna a maior já registrada na história

A NASA anunciou um aumento na probabilidade de impacto do asteroide 2024 YR4, que pode atingir a Terra em 22 de dezembro de 2032. Os cálculos mais recentes apontam um risco de 3,1%, o maior já registrado para um corpo celeste desde o início desse tipo de monitoramento. O asteroide, com tamanho estimado entre 40 e 90 metros de largura, poderia causar danos catastróficos, equivalentes à destruição de uma cidade inteira.
Apesar do alerta, cientistas destacam que as previsões ainda são preliminares e podem mudar conforme novas observações forem feitas. Segundo Bruce Betts, da Planetary Society, um possível impacto teria uma energia 500 vezes superior à bomba de Hiroshima, podendo devastar áreas urbanas ou gerar tsunamis caso ocorra próximo a regiões costeiras. Já o chefe do Escritório de Defesa Planetária da ESA, Richard Moissl, classificou o evento como “muito, muito raro” e afirmou que não há motivo para pânico no momento.
O monitoramento do asteroide começou em janeiro, quando a chance de impacto era de 1,2%, subindo posteriormente para 2,4% e depois caindo para 2,1% antes de alcançar os atuais 3,1%. No Brasil, o corredor de risco do objeto inclui estados da região Norte. O astrônomo Geovandro Nobre, do Observatório Rei do Universo, explica que essas mudanças são comuns no início das observações. Ele lembra que o asteroide Apophis, em 2004, teve uma estimativa inicial de 2,7% de impacto em 2029, mas os cálculos mais precisos descartaram a colisão.
Caso o risco continue elevado nos próximos anos, agências espaciais podem estudar alternativas para desviar o asteroide. Em 2022, a NASA testou com sucesso a missão DART, alterando a trajetória de um asteroide ao colidir uma nave contra ele. A expectativa agora está nas novas medições que serão feitas pelo telescópio James Webb em março, mas o 2024 YR4 está se afastando da Terra e só voltará a ser facilmente observável em 2028. Até lá, especialistas recomendam acompanhar as atualizações e evitar alarmismo.