China contra-ataca com tarifas recordes e reacende guerra comercial com os EUA
Medida chinesa amplia tensão global e fortalece aliança com União Europeia

A China anunciou que vai impor tarifas de até 125% sobre produtos dos Estados Unidos, em uma resposta direta às sanções comerciais aplicadas por Washington. A decisão, que passa a valer neste sábado, representa uma escalada significativa nas tensões entre as duas maiores economias do mundo. Pequim acusa os EUA de violarem normas internacionais e insiste que tais medidas são insustentáveis economicamente.
A resposta dura veio acompanhada de um alerta: com tarifas tão elevadas, os produtos norte-americanos deixam de ser competitivos no mercado chinês, e qualquer nova sanção será ignorada. O impacto do anúncio foi imediato: o dólar recuou ao menor nível em mais de três anos frente ao euro, e as Bolsas da Europa registraram movimentos instáveis. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu quase 3%.
Xi Jinping aproveitou o momento para reforçar a aproximação com a União Europeia, pedindo uma frente unida contra o que chamou de “intimidação unilateral”. Em encontro com o premiê espanhol Pedro Sánchez, o líder chinês defendeu maior cooperação econômica e a proteção da globalização. A resposta europeia veio com cautela: a UE suspendeu medidas retaliatórias para manter o diálogo aberto, mas advertiu que pode agir caso necessário.
Enquanto isso, os Estados Unidos enfrentam uma nova tensão com o México, agora ligada ao cumprimento de um tratado hídrico de 1944. O governo americano ameaça impor tarifas e sanções caso o país vizinho não aumente o fornecimento de água ao Texas. A disputa acontece em meio à pressão por ações mais eficazes contra o tráfico de fentanil, adicionando mais um ponto de atrito nas relações internacionais de Washington.