Ministro Alexandre de Moraes nega que o Supremo esteja condenando “velhinhas com a Bíblia na mão”

Durante sessão no Supremo Tribunal Federal, o ministro Alexandre de Moraes negou que manifestantes pacíficos estejam sendo injustamente punidos pelas ações realizadas em 8 de janeiro de 2023. Ele refutou a narrativa de que o STF estaria condenando “velhinhas com a Bíblia na mão”, e enfatizou que os envolvidos não estavam apenas “passeando” pelos prédios públicos, conforme alegado por alguns defensores. Segundo Moraes, os vídeos e provas demonstram a participação ativa dos réus nos atos extremistas.
Em sua fala, o ministro apresentou números que reforçam a gravidade dos crimes julgados. Entre 497 ações penais com resultado condenatório, 240 pessoas receberam penas de até 1 ano, enquanto outras 102 foram sentenciadas a 14 anos de prisão. Há ainda 58 condenações a 16 anos e meio, e 44 pessoas penalizadas com penas iguais ou superiores a 17 anos, o que evidencia o peso das acusações enfrentadas.
A sessão de julgamento, que teve início na manhã de terça-feira (25), foi dedicada exclusivamente à análise de questões técnicas e processuais, conhecidas como “preliminares”. Foram rejeitados todos os oito pedidos das defesas, que incluíam alegações de suspeição de ministros e questionamentos sobre a competência da Primeira Turma para julgar o caso. Também houve tentativas de anular provas e suspender delações, todas sem sucesso.
O julgamento será retomado na manhã desta quarta-feira (26), com a leitura do voto de Moraes, relator do processo. Ainda não houve discussão sobre a abertura formal de ações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, tema que deverá avançar nos próximos dias. A expectativa é que o julgamento entre em uma nova fase, com análise de mérito e possíveis desdobramentos para a cúpula política envolvida.