Facção usava serviço de cantinas de presídios para lavar dinheiro do tráfico de drogas no RS

Operação Porta Fechada desmantela organização criminosa e apreende milhões em bens ilícitos

Uma investigação minuciosa revelou que uma organização criminosa utilizava empresas fornecedoras de cantinas de presídios para lavar dinheiro do tráfico de drogas e fraudes financeiras. A descoberta foi um dos principais alvos da Operação Porta Fechada, deflagrada na manhã desta terça-feira (18) pela Polícia Civil. A ofensiva cumpriu 41 mandados de prisão e 45 de busca e apreensão em 21 municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso. Até o momento, 34 suspeitos foram presos, e foram apreendidos 12 armas, 26 quilos de maconha, um quilo de cocaína e munições.

As investigações começaram em julho de 2024, após a apreensão de 400 quilos de maconha em Sapucaia do Sul (RS). As diligências revelaram que a organização criminosa movimentava grandes quantias de dinheiro por meio de empresas terceirizadas, responsáveis pelo fornecimento de alimentos para as cantinas dos presídios. Detentos utilizavam celulares para aplicar golpes e transferir os valores ilícitos para essas empresas, criando uma fachada legal para ocultar a origem dos recursos do tráfico. Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) indicaram movimentações suspeitas de mais de R$ 32 milhões em menos de 10 meses.

Além do tráfico de drogas, os criminosos também estavam envolvidos em agiotagem, adulteração de veículos e fraudes financeiras. Em um dos esquemas investigados, um imóvel foi comprado por R$ 200 mil e revendido no mesmo dia por R$ 890 mil, um indicativo claro de tentativa de camuflar a origem do dinheiro ilícito. Parte da quadrilha operava dentro dos presídios, onde líderes davam ordens diretas para gerenciar o tráfico de drogas e os esquemas financeiros. A polícia acredita que outros envolvidos ainda possam ser identificados nos próximos dias.

A Operação Porta Fechada mobilizou mais de 200 policiais civis e teve apoio de diferentes unidades especializadas. O Delegado Alencar Carraro, do Denarc, destacou que a ação foi essencial para desmantelar a estrutura financeira da facção e interromper suas atividades ilícitas. Com a apreensão de bens e a descapitalização do grupo, as autoridades esperam enfraquecer o crime organizado e impedir a continuidade das fraudes e do tráfico de drogas nas regiões investigadas.

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