Engenheiros alertam: 5,5 mil pontes em estradas brasileiras têm mais de 50 anos de uso

As estradas brasileiras possuem cerca de 5,5 mil pontes com mais de 50 anos de uso, representando um grave risco estrutural e um desafio para a engenharia nacional. Diante desse cenário, um grupo de sete associações de engenharia divulgou um manifesto com 15 propostas para a reabilitação das pontes em estado emergencial ou crítico. O investimento estimado para essas ações gira em torno de R$ 1,2 bilhão.

O alerta ganhou ainda mais relevância após o trágico desabamento de uma ponte na BR-226, entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), em dezembro de 2024, que resultou na morte de 14 pessoas.

Documento técnico aponta situação preocupante

O manifesto é assinado por importantes entidades do setor, como a Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece), a Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geológica (ABMS) e a Associação Brasileira de Pontes e Estruturas (ABPE), entre outras.

De acordo com os dados apresentados, o Brasil conta com 113,16 mil pontes rodoviárias, das quais 14,87 mil estão inventariadas e 12,14 mil passaram por inspeção técnica. Entre elas, mais de mil pontes estão classificadas como ruins ou críticas, com nota técnica igual a 2.

A ponte Juscelino Kubitschek, sobre o rio Tocantins, que ruiu em dezembro de 2024, também possuía essa classificação.

Mudanças climáticas agravam o problema

As associações alertam que a mudança climática tem piorado a situação das infraestruturas rodoviárias, uma vez que as vazões hidrológicas têm ultrapassado os limites dos projetos originais. Um exemplo foi a tragédia climática no Rio Grande do Sul, em maio de 2024, onde enchentes históricas comprometeram diversas pontes.

Propostas para evitar novos desastres

Entre as medidas recomendadas pelo grupo, destacam-se:

  • Reformulação do sistema de contratação para recuperação de pontes;
  • Capacitação e certificação urgente de profissionais para inspeção e avaliação das estruturas;
  • Inclusão da disciplina “Manutenção de Estruturas” nos currículos de graduação e pós-graduação de engenharia.

A urgência dessas ações é clara: sem um plano de manutenção e recuperação adequado, o Brasil pode enfrentar novas tragédias nos próximos anos.

Informações O Sul.

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