Secretaria da Educação inicia ciclo de formação das escolas de Ensino Médio em Tempo Integral
Secretaria da Educação inicia ciclo de formação das escolas de Ensino Médio em Tempo Integral
Em preparação às novidades do ano letivo de 2025, com a expansão de mais 90 escolas da Rede Estadual que começarão a modalidade do Ensino Médio em Tempo Integral, a Secretaria da Educação (Seduc) está promovendo a Formação Inicial Ensino Médio em Tempo Integral. O evento segue até sexta-feira (24/1), no Instituto de Educação General Flores da Cunha, em Porto Alegre. A escola, que também passará a ser de turno integral em 2025, é referência histórica no Estado, tendo sido o primeiro local de formação de professores normalistas.
Cerca de 360 diretores e vice-diretores das 30 Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) do Rio Grande do Sul participam de atividades formativas, que envolvem palestras, momentos de acolhimento e trocas de experiências. Durante esta semana, equipes formadas por servidores de todas as subsecretarias da Seduc realizam encontros com os gestores para tirar dúvidas sobre os procedimentos e esclarecer questões sobre como funcionará o processo de transição das escolas.
A programação reúne tanto diretores das 90 escolas que aderiram recentemente ao Ensino Médio em Tempo Integral quanto aqueles que já atuam nesse modelo, promovendo uma rede de aprendizagem em que os participantes aprendem com as vivências uns dos outros. A formação também representa a primeira onda de um processo contínuo de capacitação para as escolas do Ensino Médio em Tempo Integral, que se estenderá ao longo do mês de fevereiro.
A secretária-adjunta da Educação, Stefanie Eskereski, esteve presente na formação, onde deu as boas-vindas aos participantes durante a abertura das atividades. Ela destacou o impacto positivo nas escolas que adotam o modelo. “São muitas mudanças, como os coordenadores de área, a questão das 40 horas, os novos componentes curriculares, ou seja, são transformações que mexem com o dia a dia, mas começamos a colher os frutos em pouco tempo. Acreditamos no Tempo Integral, sabemos que ele é o melhor para os nossos jovens”, reforçou. “É o nosso compromisso, enquanto Seduc, garantir todo o suporte para os diretores que irão implementar o modelo”, acrescentou.
Projeto de vida e protagonismo juvenil como pilares no Ensino Integral
A coordenadora do Núcleo de Educação Integral da Seduc, Ana Carolina Melos, explicou que o modelo de Ensino Integral traz uma série de benefícios que são visíveis na rotina escolar. “A gente não está falando apenas de uma escola onde os estudantes ficam nove horas por dia. Estamos falando de uma proposta pedagógica totalmente diferente, que coloca o estudante e seu projeto de vida no centro. Para que isso aconteça, precisamos formar gestores e toda a equipe escolar para que eles estejam preparados para implementar tudo isso”, disse Ana.
Além disso, ela ressaltou que o evento foi pensado para atender às necessidades de escolas que estão em diferentes fases do processo de implementação do Ensino Médio em Tempo Integral. “Há escolas que já participam do programa desde 2017, que estão revisando suas práticas, enquanto outras estão chegando agora, em um momento de grande introdução do modelo. Todo o projeto pedagógico muda, então nós iniciamos esse alinhamento sempre pelos líderes das equipes diretivas, os diretores e vice-diretores”, afirmou.
Escolas colhem os resultados do novo modelo
Ivana Miller Bolzan é diretora do Instituto Estadual de Educação Salgado Filho, em São Francisco de Assis, município da Fronteira Oeste com aproximadamente 17 mil habitantes. Ela viajou até a capital gaúcha para compartilhar os desafios e avanços da escola, que atende a 270 estudantes e está no segundo ano de implementação do Ensino Integral. “No início, precisávamos desmistificar a ideia de ‘ficar preso na escola o dia todo’. Agora, os alunos querem estar na escola. Foi um processo evolutivo e construtivo para eles”, relatou.
Ivana também destacou que a relação entre professores e alunos aumentou com o novo modelo, permitindo uma interação mais próxima que fortaleceu o senso de pertencimento de toda a comunidade escolar. “Antes nós tínhamos quatro horas de aula, que podiam virar três horas e meia, porque o estudante, às vezes, tinha que sair ou faltar. Não havia possibilidade de perceber o aluno como sujeito. Agora, é possível compreender o aluno como pertencente à instituição de ensino, fazendo com que os estudantes sejam protagonistas da sua história e que acreditem nos seus projetos de vida. Então, temos um objetivo imenso a ser tratado com eles: formá-los como cidadãos,” enfatizou.
Para Ivana, o Tempo Integral é um marco que faz parte de um processo educacional em constante evolução. “Como gestora, posso afirmar que é um modelo transformador e sem retrocesso. Se queremos pessoas diferentes e uma educação fortalecida, esse é o caminho que permite um passo gigantesco: a juventude aprendendo a sonhar”, concluiu.
Fonte: Governo do Estado do Rio Grande do Sul