Um ano da calamidade: 93% dos pontos críticos foram recuperados em Caxias

Mais de 500 locais foram mapeados na cidade e algumas obras ainda aguardam recursos estaduais e federais. O investimento até o momento supera R$ 20 milhões

Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (28/04), o Prefeito Adiló Didomenico apresentou o balanço de um ano da calamidade em Caxias do Sul. O ato ocorreu no Salão Nobre do Centro Administrativo.

Conforme o balanço, dos mais de 500 pontos críticos mapeados pela Secretaria de Obras (SMO), 93% foram recuperados com investimento de mais de R$ 20 milhões até o momento (recursos municipais, estaduais e federais). Algumas obras estão em andamento e outras foram cadastradas em programas dos governos Estadual e Federal e aguardam recursos. A Fundação de Assistência Social (FAS) destinou R$ 3,5 milhões em auxílio para as famílias atingidas em Galópolis e a Secretaria da Habitação investiu R$ 360 mil em aluguel social para outras famílias atingidas.

Adiló ressaltou a importância do aeroporto Hugo Cantergiani que se tornou um corredor humanitário para todo o Rio Grande do Sul e lembrou das dificuldades enfrentadas. “Foi um momento muito difícil que passamos, acho que o pior da história de Caxias. Nossa prioridade sempre foi salvar vidas para depois reconstruir os trechos danificados. Agradeço a todas as forças vivas, entidades privadas e órgãos públicos que se organizaram para nos ajudar. E nós tivemos muita ajuda. A solidariedade do povo gaúcho é muito grande”, disse o Prefeito.

A SMO atuou na desobstrução, limpeza e reconstrução de estradas bloqueadas, conserto de redes de drenagem danificadas, construção de passagens provisórias como a Ponte da Cooperação na divisa com Nova Petrópolis (parceria com a iniciativa privada e outros entes públicos) e a ponte baixa na Vila São Pedro, em Vila Cristina, desassoreamento de rios e arroios e recuperação de pontes e pontilhões. Já a Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMMAS) contratou um estudo de mapeamento geológico/geotécnico para regiões suscetíveis a deslizamentos de massa na região de Galópolis e Vila Cristina.

O secretário de Obras, Lucas Suzin, calcula que cerca de R$ 30 milhões foram protocolados no Governo Federal por meio de projetos de obras. “Nós cadastramos vários pontos para buscar recursos para executar as obras mas, devido a demora do aceite, tivemos que fazer com recursos próprios e, depois, a União recusou os projetos. Por isso algumas obras ainda estão aguardando os recursos para serem executadas. São obras em pontilhões, além da recuperação de asfaltos em estradas e contenções de encostas”.

Perdas na Agricultura a EMATER estima perda de mais de R$ 108 milhões na infraestrutura das propriedades, na produção agrícola (principalmente hortaliças) e no solo por erosão e lixiviação. As regiões mais atingidas foram no distrito de Vila Cristina, nas margens dos rios Cai, Piaí, Pinhal e Belo. O Governo do Estado (Secretaria de Agricultura) disponibilizou R$ 500 mil para reparo em estradas, pontes e infraestrutura na área rural.

Programa de Máquinas Pesadas – Foram destinados R$ 512 mil adicionais ao programa apenas para reparo de danos nas propriedades rurais. Foram atendidas 150 propriedades, com subsídios em aproximadamente 2.800 horas/máquina. A Secretaria Municipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SAMAPA), também disponibilizou máquinas para a desobstrução de estradas e reparos em acessos nas propriedades rurais, além de tubos de concreto para reconstrução de bueiros.

A Prefeitura também trabalha na prevenção. Recentemente o SAMAE lançou o programa Canaliza Caxias – Plano de Drenagem, Esgoto e Saneamento, com investimento de R$ 80 milhões. É o maior pacote de obras da história do Município que contemplará 83 vias urbanas. Além disso, serão construídos seis tanques de contenção de água (piscinão) com investimento de R$ 40 milhões (Villa Brasil – 2 reservatórios, De Lazzer, UCS, Rua Júlio Calegari e atrás do Panela Velha. Também já está no cronograma de obras a construção do túnel de drenagem da Matteo Gianella, com investimento de R$ 60 milhões, uma das maiores obras já planejadas em Caxias para prevenir alagamentos em pontos dos bairros Pio X e Santa Catarina.

Pela primeira vez na história do Município a Prefeitura adquiriu terrenos no loteamento já urbanizado Morada do Vale para realocar 40 famílias que vivem em áreas de risco da Vila Sapo, no bairro Serrano. No local também serão instaladas 50 casas do Programa A Casa é Sua – Calamidade, recebidas do Governo do Estado, para outras famílias das áreas de risco. 112 famílias foram cadastradas no Programa Minha Casa Minha Vida – Reconstrução, compra assistida da Caixa Econômica Federal, sendo que 26 famílias já foram contempladas. Também houve o cadastramento de 440 unidades habitacionais no Plano Rio Grande, num investimentos de R$ 56 milhões (aguardando liberação). Lançamento da 1ª Conferência Municipal da Habitação, com debates com a comunidade sobre a importância de moradias dignas e em áreas regulares e seguras e criação da Comissão Municipal Sobre Mudanças Climáticas, vinculada à SEMMAS.

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