Sepultada em Cristal do Sul, Edelvânia Wirganovicz; defesa aponta sofrimento psicológico e condições precárias como fatores decisivos para o fim trágico

O falecimento de Edelvânia Wirganovicz, aos 51 anos, ocorreu dentro de uma penitenciária em Porto Alegre e gerou forte repercussão jurídica e social. Ela havia sido condenada a 22 anos e 10 meses de prisão por envolvimento no assassinato do menino Bernardo Uglione Boldrini, em 2014. De acordo com a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), há indícios de asfixia e a hipótese principal é de suicídio. Seu sepultamento aconteceu em Cristal do Sul, cidade natal localizada no Noroeste do Rio Grande do Sul.
A defesa da ex-detenta, representada pelo advogado Jean Severo, critica a revogação da prisão domiciliar e o retorno ao regime semiaberto como causas determinantes da tragédia. Segundo ele, a mulher já cumpria a pena com monitoramento eletrônico e seguia todas as exigências da Justiça. A troca de regime, conforme a argumentação, agravou seu quadro emocional. “Ela pagou a pena com a própria vida”, declarou o advogado, ressaltando também o isolamento social que Edelvânia vivia, sem visitas por conta da dificuldade financeira da família.
O Ministério Público, por sua vez, se posicionou através de nota oficial, reforçando que sua atuação visa a responsabilização legal dos condenados, não a ocorrência de mortes. A promotoria reconhece o impacto do ocorrido, mas reafirma a necessidade do cumprimento das penas previstas pela Justiça, especialmente em casos de violência extrema contra pessoas vulneráveis. A defesa da família promete acompanhar as investigações sobre possíveis ameaças sofridas por Edelvânia antes de sua morte.