Organização criminosa usava sistema de recompensa para cobrar dívidas com violência no RS

Uma investigação conduzida pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul resultou na desarticulação de uma organização criminosa que atuava em diversas cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre. O grupo é suspeito de liderar um esquema de agiotagem aliado a práticas violentas de cobrança, incluindo tortura. A operação, batizada de Sísifo, mobilizou dezenas de agentes para cumprir 18 mandados de prisão e 54 de busca e apreensão.

De acordo com a polícia, os criminosos atuavam em cidades como Alvorada, Canoas, Gravataí, Tramandaí, Viamão, Guaíba e Cachoeirinha. O esquema teria se originado após um assalto a banco em 2023, que teria financiado a expansão das atividades do grupo, que passou a oferecer empréstimos ilegais com juros abusivos. Em casos de inadimplência, as cobranças eram feitas de maneira brutal, com ameaças e até sessões de tortura.

A delegada Vanessa Pitrez, responsável pela investigação, destacou que o grupo possuía uma estrutura organizada, com planilhas contendo informações detalhadas sobre as vítimas, como endereços, valores emprestados, pagamentos realizados e dívidas pendentes. Segundo ela, o grupo chegou a desenvolver um método de “caça e recompensa”, localizando os devedores para pressioná-los a quitar os débitos.

Além dos dois líderes identificados e alvos da operação, cerca de 40 pessoas são investigadas por participação direta ou indireta no esquema. O caso segue em andamento, e as autoridades continuam analisando os materiais apreendidos para identificar outras possíveis vítimas e cúmplices da rede criminosa.

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