Operação Rota 470 avança e bloqueia mais de R$ 3,4 milhões de organização criminosa

Coletiva de imprensa revela detalhes da terceira fase da operação que investiga crimes em três estados e apreende foragido e adolescente armado em Veranópolis

Na manhã de segunda-feira, 08 de abril, a Delegacia de Polícia de Veranópolis realizou uma coletiva de imprensa com o delegado Thiago Madaloso Baldin, para apresentar os resultados da terceira fase da Operação Rota 470, iniciada em 2020. A ação tem como objetivo desarticular uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas, homicídios e lavagem de dinheiro, com atuação no Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Segundo o delegado Baldin, a operação, que já possui condenações com trânsito em julgado por organização criminosa, segue o caminho do dinheiro como estratégia moderna de investigação. “Nosso foco agora é a descapitalização da organização criminosa. Esse é o golpe mais eficaz, pois sem os recursos ilícitos, não há abastecimento de drogas, armas ou aliciamento de novos membros”, explicou.

Durante esta fase da operação:

  • Seis inquéritos policiais foram concluídos;
  • Mais de R$ 3,4 milhões foram bloqueados judicialmente;
  • Foram realizadas 26 ordens judiciais de busca e apreensão;
  • Participaram 110 policiais civis, com ações em cidades como Veranópolis, Nova Prata, Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Teutônia, São Paulo e Dourados (MS);
  • Houve a prisão de um foragido e a apreensão de um adolescente armado, com histórico de envolvimento em três homicídios.

O menor, de 16 anos, foi apreendido em flagrante com uma pistola calibre .380 e 13 munições intactas. O delegado Baldin informou que já foi solicitada a internação compulsória do adolescente, dado seu histórico de reincidência em crimes violentos.

Além disso, foram apreendidos veículos automotores, documentos e aparelhos eletrônicos usados para a prática de lavagem de dinheiro. “A soma de bloqueios desde o início da operação já ultrapassa R$ 20 milhões, entre ativos financeiros, bens móveis e imóveis. Isso mostra que estamos atingindo o cerne da organização criminosa”, ressaltou o delegado.

A investigação, conduzida pela delegacia de Veranópolis, é remetida à comarca de Porto Alegre, onde existem varas especializadas no combate à lavagem de dinheiro e crime organizado. A próxima etapa será a análise dos materiais apreendidos e o indiciamento de novos envolvidos.

Baldin ainda lamentou que, mesmo com as prisões, as ordens para crimes ainda partem de dentro do sistema prisional, revelando uma fragilidade estrutural. “Por mais que prendamos, os líderes continuam atuando de dentro das cadeias. O Estado precisa avançar mais no combate à comunicação ilícita nos presídios”, concluiu.

A Operação Rota 470 continua em andamento e deve trazer novos desdobramentos nas próximas semanas.

Assista a coletiva de imprensa na íntegra

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