Novo tratamento contra Alzheimer pode chegar ao Brasil e traz esperança para pacientes em estágio inicial
Donanemab promete desacelerar os efeitos do Alzheimer, mas alto custo e riscos preocupam especialistas

Um novo medicamento para Alzheimer, considerado um dos mais inovadores da atualidade, poderá estar disponível no Brasil ainda em 2025. Desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, o donanemab já recebeu aprovação nos Estados Unidos e aguarda liberação da Anvisa para ser comercializado no país. Indicado para pessoas nos estágios iniciais da doença, o tratamento se baseia em imunoterapia para reduzir o avanço do quadro clínico.
A ação do donanemab consiste em estimular o sistema imunológico a combater a proteína beta-amiloide, cujos acúmulos no cérebro estão associados ao declínio cognitivo. Estudos clínicos apontam que cerca de 75% dos pacientes tratados apresentaram redução significativa dessas placas, o que resultou em uma desaceleração de até 39% na progressão da doença. A aplicação ocorre por meio de injeções mensais durante um período de até um ano e meio.
Apesar das promessas, o tratamento não está isento de críticas. Seu preço elevado – que pode ultrapassar R$ 170 mil anuais – e os possíveis efeitos colaterais, como dores de cabeça, reações alérgicas e até micro-hemorragias cerebrais, levantam preocupações quanto ao uso em larga escala. A aplicação deve ser feita em ambiente hospitalar, o que limita o acesso e exige estrutura especializada.
Antes de chegar às prateleiras brasileiras, o donanemab passará por uma análise rigorosa da Anvisa, que avaliará sua segurança, eficácia e documentação técnica. Especialistas alertam que o medicamento não representa uma cura definitiva, mas destacam seu potencial para melhorar a qualidade de vida de pacientes quando iniciado precocemente.