NOAA anuncia o fim do fenômeno La Niña 2023/2024
Especialistas debatem critérios para definir fenômenos como La Niña e El Niño diante do aquecimento global crescente
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) anunciou o fim do fenômeno La Niña 2023/2024, o que acendeu um intenso debate entre climatologistas sobre a adequação dos critérios atuais para definir eventos como La Niña e El Niño. Com os oceanos mais quentes do que nunca, cientistas questionam se os métodos tradicionais ainda refletem com precisão os efeitos desses fenômenos no clima global.
Apesar de a NOAA só ter oficializado a La Niña em janeiro, especialistas já observavam sinais do fenômeno desde dezembro, e para alguns institutos, como a MetSul, ele já havia perdido força em fevereiro. O aquecimento incomum do Pacífico nos últimos anos, influenciado pelas mudanças climáticas, dificultou a detecção tradicional das águas frias típicas da La Niña, fazendo com que o fenômeno parecesse mais fraco do que realmente foi.
Pesquisadores da NOAA sugerem que um novo índice, ajustado ao aquecimento global atual, pode ser mais eficaz para identificar os impactos reais desses eventos climáticos. Segundo estudos, esse novo parâmetro teria permitido uma identificação mais precoce e precisa da La Niña recente. No entanto, os especialistas destacam que ainda é cedo para abandonar os modelos clássicos, pois é necessário comparar ambos em diferentes contextos climáticos antes de mudar os padrões oficiais.
A previsão da MetSul para os próximos meses indica uma fase de neutralidade no Pacífico, sem presença de El Niño ou La Niña. Mesmo sem a influência direta desses fenômenos, o clima continuará instável, podendo registrar extremos de temperatura e precipitação, fenômenos que normalmente se associam às variações do ENOS. Essa nova realidade evidencia a necessidade urgente de adaptar as análises climáticas à era do aquecimento global.
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