Um médico foi condenado a 58 anos, quatro meses e 20 dias de prisão pelo Tribunal do Júri de São Gabriel, no interior do Rio Grande do Sul, pelos assassinatos da ex-companheira e do namorado dela, que era major do Exército. O réu, que está preso no Presídio Estadual de São Gabriel, também foi condenado por porte ilegal de arma de fogo.
Os crimes ocorreram no dia 16 de maio de 2023, em frente à casa da vítima, e foram presenciados por quatro crianças: as gêmeas de 3 anos, filhas do casal, e as duas filhas do namorado da mulher, de 4 e 10 anos. Segundo o Ministério Público (MP), o acusado não aceitava o fim do relacionamento.
O promotor de Justiça Leonardo Giardin de Souza afirmou que a sentença representa um marco para a cidade:
“Esse julgamento é um marco histórico para a comunidade de São Gabriel porque ele transmite, com o seu resultado, uma mensagem muito clara de que se alguém pensa que a violência decorrente do sentimento de posse de um homem em relação a uma mulher pode ser compreendida ou tolerada […] será punido com severidade”, disse.
Já a promotora Graziela Vieira Lorenzoni destacou a crueldade do crime:
“Os crimes foram muito graves, em circunstâncias beirando a desumanidade, já que as vítimas […] foram abatidas indefesas diante de suas filhas.”
De acordo com a denúncia, o médico foi até o condomínio onde a ex-companheira morava, na Zona Sul de São Gabriel, sob o pretexto de visitar as filhas. Ao ser recebido na frente da casa, após uma discussão, ele sacou uma arma e atirou nas vítimas. Em seguida, fugiu e foi encontrado pela polícia na casa de um amigo.
Informações O Sul.