Em ato realizado no Salão Júlio de Castilhos do Palácio Farroupilha, foi instalada, no início da tarde desta terça-feira, 01 de abril, a Frente Parlamentar contra os pedágios dentro do Programa de Concessões Rodoviárias do RS. A iniciativa é do deputado Paparico Bacchi (PL).
Conforme Bacchi, o grupo, formado por 23 deputados, tem como objetivo resistir ao pedágio nas rodovias gaúchas e às consequências econômicas de sua implementação. “Estamos muito preocupados com a economia do RS. Nosso estado apresenta séria dificuldade no âmbito da competitividade, especialmente na cadeia da proteína animal, que será duramente castigada com o pedágio das rodovias do Bloco 2”, afirmou.
Durante a solenidade, Bacchi enfatizou que a Frente busca convencer o Governo do Estado sobre a gravidade da instalação das praças de pedágio, que considera incompatível com a realidade da população gaúcha. “Queremos sensibilizar o Governo para que não haja pedágio e que os R$ 1,3 bilhão do Funrigs sejam usados para melhorar as rodovias sem cobrança”, disse. O deputado ainda destacou que a Frente poderá acionar a Justiça caso o Bloco 2 seja mantido no pregão.
O Bloco 2 inclui 32 municípios das regiões Norte e Vale do Taquari, abrangendo 414,91 quilômetros de sete rodovias (ERS-128, ERS-129, ERS-130, ERS-135, ERS-324, RSC-453 e BR-470). O edital prevê a criação de 24 praças de pedágio, com tarifas variando entre R$ 2,08 e R$ 5,29.
A deputada Sofia Cavedon (PT) criticou a falta de diálogo do governo com a população e anunciou a realização de audiências públicas pela Assembleia em várias regiões. Já o deputado Felipe Camozzato (Novo) apontou falhas técnicas no projeto, como a destruição de 14 pontes para posterior reconstrução, o que classificou como “desperdício de recursos”.
O deputado Halley Lino (PT) declarou que sua região sofre com a “doença chamada pedágio” e que a bancada do partido vai apresentar um projeto de lei para barrar as concessões. Já o deputado Rodrigo Lorenzoni (PL) comparou os modelos de concessão de Santa Catarina e Paraná, que segundo ele, são mais baratos e contribuem para o crescimento do PIB desses estados.
Para o deputado Adão Pretto Filho (PT), o número de praças no Bloco 2 é “uma irresponsabilidade do Governo do Estado”, pois prejudica o desenvolvimento regional. O deputado Zé Nunes (PT) também criticou o excesso de pedágios e disse que em sua região “se gasta mais com pedágio do que com combustível”.
O ato contou ainda com a presença de representantes da sociedade civil, como os prefeitos de Casca e Sertão, vereadores, empresários, produtores rurais e representantes dos transportadores autônomos e do movimento Pedágio Não.
Informações e foto ALRS.