Instalada Frente Parlamentar que quer barrar pedágios nas rodovias do RS
Grupo de 23 deputados quer impedir concessões rodoviárias previstas no Bloco 2, que afetarão 32 municípios com 24 praças de pedágio

Em ato realizado no Salão Júlio de Castilhos do Palácio Farroupilha, foi instalada, no início da tarde desta terça-feira, 01 de abril, a Frente Parlamentar contra os pedágios dentro do Programa de Concessões Rodoviárias do RS. A iniciativa é do deputado Paparico Bacchi (PL).
Conforme Bacchi, o grupo, formado por 23 deputados, tem como objetivo resistir ao pedágio nas rodovias gaúchas e às consequências econômicas de sua implementação. “Estamos muito preocupados com a economia do RS. Nosso estado apresenta séria dificuldade no âmbito da competitividade, especialmente na cadeia da proteína animal, que será duramente castigada com o pedágio das rodovias do Bloco 2”, afirmou.
Durante a solenidade, Bacchi enfatizou que a Frente busca convencer o Governo do Estado sobre a gravidade da instalação das praças de pedágio, que considera incompatível com a realidade da população gaúcha. “Queremos sensibilizar o Governo para que não haja pedágio e que os R$ 1,3 bilhão do Funrigs sejam usados para melhorar as rodovias sem cobrança”, disse. O deputado ainda destacou que a Frente poderá acionar a Justiça caso o Bloco 2 seja mantido no pregão.
O Bloco 2 inclui 32 municípios das regiões Norte e Vale do Taquari, abrangendo 414,91 quilômetros de sete rodovias (ERS-128, ERS-129, ERS-130, ERS-135, ERS-324, RSC-453 e BR-470). O edital prevê a criação de 24 praças de pedágio, com tarifas variando entre R$ 2,08 e R$ 5,29.
A deputada Sofia Cavedon (PT) criticou a falta de diálogo do governo com a população e anunciou a realização de audiências públicas pela Assembleia em várias regiões. Já o deputado Felipe Camozzato (Novo) apontou falhas técnicas no projeto, como a destruição de 14 pontes para posterior reconstrução, o que classificou como “desperdício de recursos”.
O deputado Halley Lino (PT) declarou que sua região sofre com a “doença chamada pedágio” e que a bancada do partido vai apresentar um projeto de lei para barrar as concessões. Já o deputado Rodrigo Lorenzoni (PL) comparou os modelos de concessão de Santa Catarina e Paraná, que segundo ele, são mais baratos e contribuem para o crescimento do PIB desses estados.
Para o deputado Adão Pretto Filho (PT), o número de praças no Bloco 2 é “uma irresponsabilidade do Governo do Estado”, pois prejudica o desenvolvimento regional. O deputado Zé Nunes (PT) também criticou o excesso de pedágios e disse que em sua região “se gasta mais com pedágio do que com combustível”.
O ato contou ainda com a presença de representantes da sociedade civil, como os prefeitos de Casca e Sertão, vereadores, empresários, produtores rurais e representantes dos transportadores autônomos e do movimento Pedágio Não.
Informações e foto ALRS.