A população norte-coreana está sendo duramente afetada por uma inflação descontrolada, que tem provocado aumentos drásticos no custo de vida. Com a moeda local em queda nos mercados paralelos e a escassez de produtos básicos se agravando, moradores relatam a necessidade de carregar mochilas cheias de dinheiro para realizar compras simples nos mercados. Essa situação reflete o
colapso econômico interno e o impacto da desvalorização frente ao yuan chinês e ao dólar americano.
Os efeitos da crise são visíveis nas feiras populares, onde os preços de itens essenciais, como óleo de cozinha, açúcar e carne, mais do que triplicaram em dois anos. Um quilo de óleo, por exemplo, passou de 25.000 para 75.000 wons, exigindo dezenas de notas de pequeno valor. Sem dados oficiais sobre a inflação, as informações vêm de relatos de cidadãos e comparações de preços, o que reforça o cenário de opacidade econômica mantido pelo regime.
A grave escassez de alimentos se intensificou com as dificuldades enfrentadas pela agricultura local. Problemas como falta de fertilizantes, equipamentos agrícolas ultrapassados e colheitas insuficientes agravaram a crise nutricional do país. A fome tem levado parte da população a medidas desesperadas, incluindo a venda de equipamentos militares por soldados para garantir alimentação. Casos de crimes motivados pela fome também se tornaram mais frequentes, segundo relatos da mídia internacional.
Embora o governo tenha promovido um aumento salarial em 2023, a medida acabou sendo ineficaz. Os reajustes foram absorvidos rapidamente pela alta dos preços, e os moradores afirmam que o custo de produtos básicos, como sal, ovos e calçados, aumentou de forma desproporcional. Em vez de melhorar a vida da população, o aumento dos salários apenas aprofundou a desigualdade e a dependência do mercado informal, tornando o cotidiano ainda mais difícil.