Um adolescente de 17 anos foi apreendido em Pelotas (RS) por suposta ligação com um grupo que promovia crimes de ódio na internet. A investigação ganhou força após um ataque cruel a um homem em situação de rua no Rio de Janeiro, que teve 70% do corpo queimado após ser atingido por coquetéis molotov lançados por outro jovem. O crime foi transmitido ao vivo para 220 pessoas por meio do Discord. A operação, chamada de Adolescência Segura, se estendeu a sete estados e visa desarticular uma das maiores redes de crimes cibernéticos voltados a crianças e adolescentes.
A Polícia Civil recolheu celulares e equipamentos eletrônicos da casa do adolescente em Pelotas, que vive com os pais. Ele foi encaminhado para um centro de internação socioeducativo enquanto a investigação segue no Rio de Janeiro. A rede criminosa usava plataformas criptografadas como Discord e Telegram para disseminar conteúdos violentos e incentivar comportamentos perigosos entre jovens, como automutilação, apologia ao nazismo, maus-tratos a animais e ataques a pessoas em situação de vulnerabilidade.
Com apoio de agências internacionais, como o NCMEC e o HSI dos Estados Unidos, a investigação concluiu que o grupo operava com alto grau de organização e usava táticas de manipulação psicológica para recrutar adolescentes. Além da tentativa de homicídio, os envolvidos poderão responder por associação criminosa, incentivo à automutilação e outros crimes com penas que podem ultrapassar 10 anos de prisão.