O deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) já ultrapassa oito dias em greve de fome, permanecendo sem se alimentar por mais de 180 horas como forma de protesto contra a recomendação de cassação do seu mandato. Acampado no plenário da Câmara dos Deputados, ele afirma que continua determinado, mesmo com os efeitos físicos e emocionais do jejum. Segundo seus médicos, já perdeu mais de quatro quilos e apresenta sintomas como dor de cabeça, mal-estar e dores nas costas, mas opta por manter o silêncio à imprensa para poupar energia.
A acusação contra Glauber envolve um episódio de confronto com um militante de extrema-direita que atacou sua mãe, que faleceu semanas depois. O Conselho de Ética recomendou a cassação alegando quebra de decoro, mas apoiadores veem a medida como desproporcional e resultado de retaliação por denúncias feitas sobre o orçamento secreto. A situação mobilizou figuras importantes do governo, parlamentares, intelectuais, artistas e movimentos sociais. Mais de 150 mil assinaturas já foram reunidas em um abaixo-assinado pedindo a permanência do parlamentar no cargo.
Enquanto isso, o Psol avalia qual estratégia jurídica adotar para tentar reverter a decisão, podendo levar o caso até o STF. A deputada Sâmia Bonfim, companheira de Glauber, acompanha a movimentação nos bastidores e reforça que o apoio popular tem sido fundamental para manter viva a resistência. Uma vigília com manifestantes foi instalada diante do Congresso e parlamentares de diferentes partidos têm manifestado solidariedade, demonstrando que o caso transcende divisões políticas tradicionais.
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