Exportações gaúchas sentem impacto de novas tarifas dos EUA

Produtos como sebo bovino, carne e fumo enfrentam desafios após decisão do governo norte-americano

A imposição de tarifas de 10% sobre produtos agrícolas brasileiros pelos Estados Unidos pode comprometer as exportações do Rio Grande do Sul. Itens como sebo bovino, carne bovina in natura e fumo não manufaturado estão entre os mais afetados. O sebo foi classificado como de risco crítico pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por sua forte dependência do mercado americano. A carne bovina e o fumo enfrentam exposição moderada, mas também devem sofrer consequências econômicas significativas.

Em 2024, o fumo não manufaturado foi responsável por mais de 235 milhões de dólares em exportações gaúchas para os Estados Unidos, sendo o segundo principal produto da pauta agrícola do estado, atrás apenas da soja em grão. O sebo bovino gerou 21,6 milhões de dólares, e a carne bovina, 39,1 milhões. A CNA ressalta que produtos com menor chance de redirecionamento para outros mercados, como o sebo, estão particularmente vulneráveis às novas tarifas.

Os Estados Unidos figuram como o terceiro maior parceiro do agronegócio brasileiro, com uma participação de 7,4% nas exportações do setor em 2024, totalizando 12,1 bilhões de dólares. Enquanto Canadá e México seguem isentos da nova alíquota, o Brasil enfrenta uma situação mais delicada, especialmente em produtos como suco de laranja e carne bovina. A expectativa agora é de readequação da estratégia de exportação e busca por novos mercados.

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