Envelhecimento da população pode dobrar casos de Parkinson no Brasil até 2060

Um levantamento recente conduzido por pesquisadores da UFRGS e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre projeta um crescimento preocupante nos casos de Parkinson no Brasil. Mais de 500 mil brasileiros com 50 anos ou mais já convivem com a doença, número que pode ultrapassar 1,2 milhão até 2060. O fator central para esse aumento é o envelhecimento populacional, que amplia significativamente o risco de desenvolver a condição.

A pesquisa, baseada em dados do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), avaliou quase 10 mil pessoas de todas as regiões do país. Os achados revelam que a maior parte dos diagnósticos ocorre em fases avançadas, o que compromete a qualidade de vida dos pacientes. Entre os principais sintomas estão rigidez muscular, lentidão motora e alterações no equilíbrio, nem sempre acompanhados do tremor clássico associado ao Parkinson.

Outro ponto levantado pelo estudo é a falta de diagnóstico precoce, agravada pela escassez de especialistas e pela baixa conscientização da população sobre os sinais iniciais da doença. Além disso, os dados mostram que homens são mais acometidos que mulheres e que muitos pacientes apresentam outras condições associadas, como depressão e AVC, o que agrava ainda mais a progressão do quadro clínico.

Apesar da ausência de cura, há tratamentos eficazes disponíveis, desde medicamentos até intervenções cirúrgicas. No entanto, o acesso ainda é limitado. Os especialistas defendem a criação urgente de um plano nacional de combate ao Parkinson, que inclua medidas de prevenção, diagnóstico precoce e suporte ao paciente, especialmente diante do envelhecimento acelerado da população brasileira.

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