O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) segue em greve de fome desde a última quarta-feira, em resposta à decisão do Conselho de Ética da Câmara que recomendou sua cassação. Glauber está acampado nas dependências do Congresso Nacional e afirmou que manterá o protesto durante todo o final de semana. Neste sábado, ele foi visitado pela ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, pelo ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira, e pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, que manifestaram solidariedade.
O PSOL declarou que o parlamentar consome apenas água, água de coco e isotônicos, e que já acumula mais de 84 horas em jejum. Segundo aliados, Glauber tem dormido pouco e se mantido firme no protesto, assistindo até episódios da série Black Mirror durante a madrugada. Gleisi classificou a decisão do Conselho como “injusta e desproporcional”, enquanto Lindbergh afirmou que atua para construir uma saída política para o impasse.
A crise teve origem em um episódio de 2024, quando Glauber foi acusado de agredir um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) durante uma confusão no Congresso. O PSOL considera o processo disciplinar como uma tentativa de silenciamento, atribuindo a ação a uma suposta retaliação do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, por denúncias feitas por Glauber envolvendo o chamado orçamento secreto. O parlamentar ainda pode recorrer à Comissão de Constituição e Justiça antes da votação final em plenário.
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