Cientistas britânicos conseguem fazer dentes crescerem em laboratório

Na terça-feira, 15 de abril, um grupo de cientistas britânicos divulgou um avanço promissor na odontologia regenerativa: eles conseguiram fazer dentes crescerem em laboratório, uma inovação que pode substituir implantes e obturações no futuro.
A pesquisa, realizada pelo King’s College London em parceria com o Imperial College, mostrou que os dentes cultivados são duráveis, fortes e biologicamente compatíveis, oferecendo uma alternativa mais natural para tratamentos dentários. O estudo foi publicado em segunda-feira, 14 de abril, e teve como inspiração animais como tubarões e elefantes, que são capazes de gerar novos dentes ao longo da vida.
“Dentes cultivados em laboratório se regenerariam naturalmente, integrando-se à mandíbula como dentes de verdade. Seriam mais fortes, duradouros e livres de riscos de rejeição”, explicou Xuechen Zhang, da Faculdade de Odontologia, Ciências Orais e Craniofaciais do King’s College London.
Material inovador simula ambiente natural
Até então, as tentativas de crescimento de dentes falharam porque os sinais celulares eram enviados todos de uma vez, o que confundia o processo de formação. A grande inovação está em um material especial desenvolvido pelos cientistas, que imita o ambiente onde os dentes se desenvolvem naturalmente no corpo.
Esse material permite que as células se comuniquem gradualmente, como acontece no crescimento dos dentes durante a infância.
“Desenvolvemos este material para replicar o ambiente ao redor das células do corpo, conhecido como matriz. Isso permitiu que as células trocassem sinais e iniciassem o processo de formação dos dentes”, contou Zhang.
Próximos passos: testes em humanos
Com os primeiros resultados bem-sucedidos, o grupo agora busca replicar o crescimento dos dentes diretamente na boca de pacientes. Estão sendo estudadas duas abordagens:
- Inserir as células diretamente no local onde o dente caiu;
- Cultivar o dente completo em laboratório e depois transplantá-lo.
Ambas as técnicas ainda estão em fases experimentais e exigem que o processo inicial de crescimento ocorra fora do corpo.
Medicina regenerativa e futuro da odontologia
O estudo faz parte de uma tendência crescente na medicina regenerativa, que busca curar e reconstruir partes do corpo usando a própria biologia, especialmente com o uso de células-tronco e materiais bioengenheirados.
“À medida que o campo avança, essas técnicas têm o potencial de revolucionar o atendimento odontológico, oferecendo soluções sustentáveis e eficazes para o reparo e regeneração dos dentes”, concluiu Ana Angelova Volponi, também do King’s College London.
As células utilizadas no processo foram cultivadas em um ambiente controlado, onde conseguiram crescer e formar dentes funcionais – um passo que pode transformar o futuro dos sorrisos em todo o mundo.
Informações Só Notícia Boa.