O câncer colorretal, que geralmente afeta pessoas acima dos 50 anos, está se tornando cada vez mais frequente entre jovens adultos. Dados da American Cancer Society revelam que 13% dos diagnósticos atuais ocorrem em menores de 50 anos – um aumento de 9% desde 2020. No Brasil, onde a doença é o terceiro câncer mais comum (45.630 casos/ano), pesquisas apontam a obesidade e o consumo excessivo de álcool como principais fatores para esse crescimento entre jovens de 20 a 30 anos.
Principais causas em jovens:
- Obesidade infantil e na fase adulta (pode dobrar o risco)
- Consumo excessivo de álcool (especialmente em menores de 30 anos)
- Fatores ainda em estudo: cesárea, uso de antibióticos e bebidas açucaradas
A oncologista Renata D’Alpino, do Grupo Oncoclínicas, explica que 90% dos casos surgem de pólipos intestinais. “Sangue nas fezes, anemia inexplicável, alterações no hábito intestinal e perda de peso são sinais de alerta frequentemente ignorados”, destaca. A colonoscopia, exame capaz de detectar e remover pólipos, é a principal arma de prevenção, mas sua adoção ainda é baixa mesmo entre grupos de risco.
Recomendações para diagnóstico precoce:
- Pessoas com sintomas: procurar avaliação médica imediata
- População geral: considerar colonoscopia a partir dos 45 anos
- Alternativa inicial: testes de sangue oculto nas fezes para triagem
O tratamento apresenta altas taxas de sucesso quando descoberto cedo, variando entre cirurgia, radioterapia e terapias sistêmicas. “A remoção de pólipos pode impedir o desenvolvimento do câncer”, reforça D’Alpino. Com o aumento de casos precoces, especialistas defendem a ampliação das campanhas de conscientização para além da faixa etária tradicional.