Ministra Gleisi Hoffmann defende “cargo honorífico” para a primeira-dama Janja

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, sugeriu que Rosângela da Silva, a Janja, receba um cargo honorífico no governo Lula, como forma de reconhecer sua atuação pública e permitir maior transparência sobre suas agendas. Segundo a ministra, é uma “injustiça” o que vem sendo feito com a primeira-dama, que frequentemente é alvo de questionamentos e críticas. “Ela tem um peso social importante”, afirmou Gleisi, destacando que a formalização de um papel oficial não incluiria remuneração, mas daria legitimidade a sua presença em compromissos institucionais.
Ao comentar a movimentação no Congresso em torno da anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, Gleisi foi enfática: o governo é contra o projeto e está disposto a enfrentar o debate. Ela considera que o movimento perdeu força após a manifestação recente de Bolsonaro no Rio de Janeiro, que teve baixa adesão. Segundo a ministra, “a tentativa de golpe foi muito séria” e não deve ser tratada com permissividade. Ainda assim, ela reconhece que haverá tentativas de articulação pela aprovação da proposta.
O projeto mais avançado sobre o tema é de autoria do deputado Major Vitor Hugo (PL-GO) e pode beneficiar até Jair Bolsonaro, ao propor perdão a todos os que participaram de ações relacionadas ao 8 de janeiro. Apesar da confiança do PL na aprovação, Gleisi acredita que não há maioria suficiente no Congresso, principalmente sem o apoio de outras legendas além do partido do ex-presidente.
Outro ponto abordado pela ministra foi a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, prevista para ser enviada ao Congresso em abril. A medida, que será apresentada junto com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, visa criar um modelo semelhante ao SUS na área de segurança, com integração entre guardas municipais e polícias. Gleisi também criticou o presidente do PSD, Gilberto Kassab, por sua postura diante do governo Lula, apesar da legenda ocupar três ministérios. Para ela, Kassab está sendo “injusto” ao acusar Lula de se afastar do centro político.