A possível nomeação de Guilherme Boulos (PSol-SP) para um ministério no governo Lula está gerando divergências dentro do PSol e do PT. O deputado, ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), é cotado para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, cargo estratégico na articulação com movimentos sociais. No entanto, setores do PSol temem que a sigla perca autonomia ao se alinhar totalmente ao governo petista, enquanto parte do PT vê na possível nomeação uma ameaça ao espaço da legenda dentro do governo.
A ala majoritária do PSol, à qual Boulos pertence, defende uma maior proximidade com o PT, mas o grupo mais radical da legenda avalia que o partido não deve se comprometer integralmente com uma gestão que tem ministérios ocupados pelo Centrão. No PT, o receio é de que a nomeação do psolista fortaleça uma liderança externa em detrimento de nomes internos. Além disso, há a preocupação de que Boulos deixe o ministério em 2026 para disputar o governo de São Paulo, o que enfraqueceria a estrutura petista no Executivo.
Nos bastidores, aliados de Lula indicam que a escolha de Boulos pode representar um reforço na interlocução com setores da esquerda mais combativa. O próprio presidente sinalizou, em conversa recente, seu desejo de contar com o deputado no governo. Além de Boulos, outros nomes são ventilados para o cargo, como Paulo Pimenta (PT) e o advogado Marco Aurélio Carvalho, este último visto com bons olhos no PT por não ter pretensões eleitorais futuras.
Para os apoiadores de Boulos, assumir um ministério seria uma oportunidade de ampliar sua experiência no Executivo e consolidar sua imagem como uma alternativa viável para liderar grandes disputas eleitorais. O impasse, no entanto, segue sem definição, e qualquer decisão terá impactos tanto para o governo quanto para o equilíbrio de forças dentro da esquerda brasileira.
Informações Portal Metrópoles.