EUA impõem tarifa de 25% sobre aço e alumínio do Brasil a partir de quarta-feira

A partir desta quarta-feira (12), os Estados Unidos começam a aplicar uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio importados, impactando diretamente o Brasil, um dos maiores fornecedores desses produtos ao mercado americano. A decisão, anunciada em fevereiro pelo governo Trump, levanta preocupações na indústria siderúrgica brasileira, que exporta cerca de 50% de sua produção para os EUA. Empresas como Ternium, ArcelorMittal e Usiminas estão entre as mais afetadas, podendo enfrentar perdas de até US$ 5 bilhões (R$ 29 bilhões).
O Brasil ocupa a segunda posição no ranking de exportadores de aço para os EUA, representando 16% do volume total importado pelos americanos em 2023, o equivalente a 3,88 milhões de toneladas. Em valores, as vendas brasileiras somaram US$ 2,66 bilhões no ano passado. Apesar da relevância do mercado norte-americano, a Gerdau deve sentir menos impacto, já que foca suas operações na América Latina e na Europa.
A justificativa de Trump para a nova tarifação é que o Brasil teria aumentado a compra de aço da China, o que, segundo ele, poderia ser uma forma de driblar as restrições impostas aos produtos chineses. No entanto, o Instituto Aço Brasil nega essa alegação e afirma que a indústria brasileira também sofre com a concorrência desleal dos produtos asiáticos. A imposição da tarifa é vista como um duro golpe para o setor e pode comprometer empregos e investimentos.
Diante da decisão americana, o governo brasileiro avalia possíveis retaliações, mas enfrenta resistência no Congresso dos EUA, que é dominado pelos republicanos e evita confrontar Trump publicamente. A medida reforça a tensão comercial entre os países e coloca em risco uma das principais cadeias produtivas do Brasil, exigindo respostas estratégicas para minimizar os impactos econômicos.