Descoberta surpreendente: Oxigênio é detectado na galáxia mais distante já observada

Astrônomos confirmam presença de oxigênio na galáxia JADES-GS-z14-0, desafiando teorias sobre a formação estelar no início do Universo

A galáxia JADES-GS-z14-0, localizada a impressionantes 13,4 bilhões de anos-luz da Terra, acaba de revelar um detalhe surpreendente: a presença de oxigênio. Essa descoberta, feita por meio do radiotelescópio ALMA, no Chile, indica que as primeiras estrelas e galáxias podem ter se formado muito mais rápido do que os cientistas acreditavam. Desde o início das operações do telescópio espacial James Webb, em 2022, pesquisadores vêm se deparando com galáxias mais antigas e luminosas do que previam as teorias convencionais.

A identificação do oxigênio desafia expectativas porque, em tese, as primeiras galáxias deveriam ser pobres em elementos pesados. Esses elementos se formam ao longo do tempo, à medida que estrelas mais antigas explodem e enriquecem o meio interestelar. No entanto, JADES-GS-z14-0 já exibe uma quantidade de elementos pesados cerca de dez vezes maior do que o previsto, sugerindo que a evolução estelar aconteceu de maneira extremamente acelerada nos primórdios do Universo.

Os achados foram analisados por duas equipes internacionais, uma na Holanda e outra na Itália, que conduziram estudos aprofundados sobre essa galáxia. Segundo o pesquisador Sander Schouws, do Observatório Holandês de Leiden, essa descoberta é comparável a encontrar um adolescente onde se esperavam apenas bebês, reforçando a ideia de que a formação estelar ocorreu em um ritmo muito mais rápido do que se pensava. A teoria vigente pode precisar de ajustes para explicar como galáxias tão antigas já possuíam características típicas de sistemas mais maduros.

Para os cientistas, essa evidência levanta novas questões sobre quando e como as primeiras galáxias surgiram no Universo. Como destacou Stefano Carniani, da Escola Normal Superior de Pisa, essa maturidade inesperada da galáxia desafia os modelos tradicionais da cosmologia. Os estudos serão publicados em breve no The Astrophysical Journal e na Astronomy & Astrophysics, impulsionando uma nova fase de investigações sobre a evolução cósmica.

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