Após nove meses no espaço, astronautas americanos retornam com sucesso à Terra
Missão que deveria durar apenas oito dias se estendeu por quase 300 dias devido a falhas técnicas

Depois de 286 dias em órbita, os astronautas norte-americanos Suni Williams e Butch Wilmore finalmente retornaram à Terra. A missão, que deveria durar apenas oito dias, precisou ser estendida por quase nove meses devido a problemas técnicos na cápsula Starliner, da Boeing. O retorno ocorreu na noite desta terça-feira (18), quando a cápsula Dragon Freedom, da SpaceX, pousou no Oceano Atlântico, próximo à costa da Flórida, às 18h58 (horário de Brasília).
Para garantir um retorno seguro, a jornada de volta envolveu etapas críticas, como o desacoplamento da Estação Espacial Internacional (ISS), manobras orbitais precisas e a reentrada controlada na atmosfera terrestre. Todo o processo, desde a separação da estação até a amerissagem, levou cerca de 17 horas. Além de Williams e Wilmore, também estavam a bordo o astronauta Nick Hague e o cosmonauta Aleksandr Gorbunov, integrantes da missão Crew-9.
Durante os nove meses adicionais no espaço, Williams e Wilmore seguiram desempenhando funções essenciais na ISS, auxiliando em experimentos científicos e trabalhos de manutenção. Esse período prolongado também trouxe desafios físicos, já que a ausência de gravidade causa perda de densidade óssea e atrofia muscular. Para minimizar esses efeitos, os astronautas seguiram um rigoroso regime de exercícios de 2,5 horas diárias, utilizando esteira, sistemas de levantamento de peso e equipamentos especializados desenvolvidos pela NASA.
Com o retorno, Williams soma 322 dias no espaço e se destaca por ter realizado nove caminhadas espaciais, um recorde feminino. Já Wilmore, piloto e engenheiro elétrico, acumula mais de 8 mil horas de voo e duas missões espaciais no currículo. Apesar do longo período em órbita, essa não foi a missão mais extensa da história. O astronauta Frank Rubio detém o recorde da NASA, com 371 dias consecutivos no espaço, enquanto o cosmonauta Valeri Polyakov passou 437 dias na estação russa Mir, estabelecendo o maior tempo de permanência contínua no espaço.