Trabalhadores argentinos são resgatados em condições degradantes na colheita de legumes em Vacaria

Uma operação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Delegacia de Polícia Civil de Vacaria, resultou no resgate de três trabalhadores argentinos submetidos a condições análogas à escravidão na zona rural do município. A ação foi desencadeada após uma denúncia recebida em 13 de fevereiro, que relatava o abandono dos trabalhadores após protestos contra a falta de pagamento, a escassez de alimentos e as péssimas condições do alojamento.

Além de serem despejados, os trabalhadores afirmaram ter sido ameaçados com armas pelo responsável pelo alojamento. No local, a fiscalização constatou a precariedade da moradia, que não possuía camas, tinha instalações elétricas perigosas e sequer uma porta para proteção. O espaço, uma estrutura improvisada de madeira, havia sido erguido pelos próprios trabalhadores, evidenciando a negligência dos empregadores.

Nas frentes de trabalho, os auditores fiscais identificaram falta total de estrutura para alimentação e segurança. Os trabalhadores realizavam suas refeições ao ar livre, sob tendas de lona improvisadas, e não recebiam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para a colheita de cenoura, beterraba e cebola. Além disso, descontos abusivos nos salários faziam com que, após uma semana de trabalho, recebessem apenas valores entre R$100 e R$150.

Após o resgate, os trabalhadores foram acolhidos por instituições locais e receberam pagamento das verbas salariais e rescisórias após um Termo de Ajuste de Conduta assinado pelo empregador. O MTE também garantiu a emissão de documentos e o acesso ao seguro-desemprego, possibilitando o retorno dos imigrantes à Argentina. O caso reforça a necessidade de fiscalização rigorosa no setor agrícola para coibir práticas de exploração trabalhista.

Fonte MTE RS

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