A partir do dia 4 de março, os ovos comercializados no Brasil passarão a ter a data de validade impressa diretamente na casca. A medida, determinada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), tem o objetivo de garantir mais segurança alimentar e facilitar a identificação do prazo de consumo do produto. Além disso, cada ovo precisará conter um número de registro do estabelecimento produtor, permitindo um melhor rastreamento dos lotes.
A regulamentação foi estabelecida pela Portaria 1.179, publicada em setembro de 2024, e concedeu um prazo de 180 dias para que os produtores se adequassem à nova exigência. O governo destaca que essa mudança moderniza as regras de classificação e embalagem de ovos, que não eram atualizadas desde 1991. Além disso, embalagens secundárias deverão trazer o aviso “proibida a venda fracionada”, impedindo a comercialização irregular. A tinta utilizada no carimbo será própria para alimentos, garantindo que não haja risco de contaminação.
Especialistas do setor avaliam que a nova norma trará benefícios, aumentando a transparência e a confiança dos consumidores. No entanto, a exigência também representa um desafio logístico para pequenos produtores, que precisam investir em novas tecnologias para atender à regulamentação. Apesar das dificuldades, a rastreabilidade mais eficiente permitirá maior controle sanitário e facilitará possíveis fiscalizações.
A mudança acontece em um cenário de alta no preço dos ovos, impulsionada pelo aumento do consumo e da exportação do produto. Com a carne mais cara no Brasil, os ovos se tornaram uma alternativa mais acessível para os consumidores. No último mês, o preço médio da caixa com 12 unidades subiu de R$ 15,50 para quase R$ 21, um aumento de 35%. Entre os fatores que influenciaram essa alta estão o aumento no poder de compra dos brasileiros, o custo elevado da ração e a crescente demanda externa, principalmente dos Estados Unidos, que ampliaram a compra de ovos brasileiros após surtos de gripe aviária em suas granjas.