Deise Moura dos Anjos, acusada de envenenar um bolo que resultou na morte de quatro pessoas da mesma família, confessou ter comprado arsênio. A revelação foi feita em mensagens encontradas na cela onde ela foi encontrada morta, na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na semana passada.
O conteúdo das cartas foi divulgado na manhã desta sexta-feira (21) durante uma coletiva de imprensa da Polícia Civil. Apesar de admitir a compra do veneno, Deise negou envolvimento nas mortes, alegando que a substância seria para consumo próprio.
“A droga de veneno que comprei para mim, pois te falei que estava muito depressiva e nesses momentos a gente não pensa”, escreveu em um dos trechos, que seria endereçado ao ex-marido.
Desavença com a sogra e menções às vítimas
Em outra mensagem, Deise expressa rancor contra sua sogra, Zeli dos Anjos, suposto alvo principal do bolo contaminado com arsênio nas vésperas do último Natal. As duas tinham um histórico de desavenças de mais de 20 anos, supostamente devido a um saque bancário.
“Muito obrigado por esses 20 anos que fez da minha vida de casada um inferno. Mais uma vez, eu sou a vilã e você a mocinha. Conseguiu ficar com tudo que é meu, minha família, minha casa…”, desabafa a apenada.
Além de Zeli, a carta de Deise menciona outras vítimas do envenenamento: as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos (65 anos) e Maida Berenice Flores da Silva (59 anos), além de Tatiana Denize Silva dos Anjos (47 anos), filha de Neuza. As três morreram após consumirem o bolo de Natal supostamente envenenado.
Deise também cita o falecimento do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, que morreu em setembro passado, igualmente vítima de intoxicação por arsênio.
“Não podemos alterar o passado, e nem trazer de volta as pessoas amadas que perdemos. Eu adorava meu sogro, amava a dinda e a tia Maida. Em relação a Tati, há 20 anos, seu ciúme obsessivo nos distanciou, juntamente de todos vocês”, escreveu.
As autoridades seguem investigando o caso, buscando esclarecer se as cartas encontradas são de fato uma confissão ou uma tentativa de defesa da acusada.
Fonte Correio do Povo.