Zeli dos Anjos, sobrevivente do envenenamento que matou quatro pessoas de sua família em Torres, no Rio Grande do Sul, revelou em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, que já desconfiava da nora, apontada como responsável pelo crime. A suspeita, presa desde o início do ano, foi encontrada morta na cela na última quinta-feira (13).
Em sua primeira declaração pública sobre o caso, exibida no último domingo (16), Zeli relatou a dor da perda e o choque com a dimensão do crime. Segundo ela, o comportamento da mulher levantava suspeitas, mas jamais imaginou que a situação chegaria a esse ponto.
Suspeita deixou mensagem antes de morrer
A Polícia Penal encontrou, na cela da suspeita, uma camiseta com a frase “Não sou assassina” escrita à mão. Além da peça de roupa, cartas e anotações foram apreendidas e serão analisadas pelas autoridades.
A mulher estava presa na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba desde 5 de janeiro, em isolamento. A Polícia Civil e o Instituto Geral de Perícias (IGP) investigam as circunstâncias da morte, mas a principal hipótese é que ela se enforcou com a camiseta do uniforme.
Relembre o caso
O crime aconteceu poucos dias antes do Natal, quando sete pessoas da mesma família passaram mal após consumirem um bolo envenenado durante um café da tarde. O doce foi preparado em Arroio do Sal e levado à casa da família por Zeli dos Anjos, que também acabou hospitalizada.
O envenenamento resultou na morte de três mulheres da família:
- Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva sofreram paradas cardiorrespiratórias.
- Neuza Denize Silva dos Anjos morreu devido a um choque pós-intoxicação alimentar.
Uma criança de 10 anos sobreviveu após ingerir o bolo e recebeu alta médica.
As investigações indicam que o verdadeiro alvo do crime era Zeli dos Anjos, que consumiu duas fatias do bolo, mas sobreviveu. O caso levou à reabertura da investigação sobre a morte do marido de Zeli, ocorrida em setembro, inicialmente atribuída a intoxicação alimentar.
A exumação do corpo revelou presença de arsênio no organismo da vítima. De acordo com a polícia, ele teria morrido após consumir bananas e leite em pó entregues pela mesma nora, agora falecida.
O caso segue sob investigação para esclarecer todas as circunstâncias do crime.