Detenta suspeita de envenenamento de bolo será transferida após ameaças e superlotação

A mulher presa sob suspeita de envenenar um bolo que causou a morte de três pessoas na véspera de Natal será transferida para a Penitenciária Feminina de Guaíba. A decisão foi tomada após ameaças constantes e hostilidades por parte de outras detentas no Presídio Feminino de Torres, onde está custodiada. Além do risco à sua segurança, a unidade enfrenta superlotação, tornando inviável sua permanência no local.

Desde o dia 22 de janeiro, a administração do presídio já havia solicitado uma vaga na penitenciária de Guaíba, e a transferência foi autorizada pelo juizado na última semana. Apesar da decisão oficial, a suspeita ainda permanecia no Litoral Norte até o momento da publicação. Segundo relatório do presídio, não há estrutura para mantê-la isolada de forma segura, já que a unidade abriga 73 mulheres, mas conta com apenas 54 camas, deixando parte da população carcerária dormindo no chão.

A detenta passou a ser hostilizada pelas demais presas, que manifestaram descontentamento com sua presença. Conforme relatório da administração prisional, xingamentos e ameaças ocorrem diariamente, especialmente durante o período de banho de sol. Para evitar conflitos diretos, a suspeita recebe autorização para sair ao pátio em um turno separado das outras detentas. A situação se agravou ainda mais após a prorrogação de sua prisão temporária por mais 30 dias, aumentando a preocupação com sua segurança.

As ameaças cresceram após investigações apontarem a presença de arsênio no organismo de seu próprio filho, um menino de 9 anos. No caso do bolo envenenado, um outro menino, filho de uma das vítimas fatais, também foi intoxicado e ficou entre a vida e a morte. A suspeita continua sendo o principal alvo das investigações e seguirá sob custódia enquanto o caso é apurado.