A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu que Deise Moura dos Anjos foi responsável pela morte de quatro pessoas e por cinco tentativas de homicídio, todas envolvendo envenenamento. O caso, ocorrido na cidade de Torres, no Litoral Norte do estado, teve como principal episódio a morte de três mulheres da mesma família após consumirem um bolo contaminado com arsênio, em dezembro de 2024. Além disso, três meses antes, o sogro de Deise faleceu após ingerir bananas e leite em pó também envenenados.
As investigações reuniram mais de mil páginas de inquérito, sendo 400 delas dedicadas apenas ao caso do sogro. A polícia descartou qualquer motivação financeira para os crimes e indicou que a suspeita sofria de perturbação mental. As autoridades também levantaram questões sobre a facilidade com que Deise adquiriu arsênio, substância altamente controlada, e apresentaram recibos que comprovaram a compra.
Presa temporariamente desde o início de janeiro, Deise foi encontrada morta na cela da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, o que levou à extinção da punibilidade do crime, conforme previsto no Código Penal. A Polícia Civil confirmou que ela agiu sozinha e que o Ministério Público deverá arquivar o caso. Durante seu período na prisão, cartas escritas à mão por Deise foram encontradas, contendo mensagens de rancor contra a sogra, que seria o principal alvo do envenenamento.
O crime chocou a comunidade local, especialmente porque sete pessoas da mesma família foram afetadas pelo envenenamento durante um café da tarde. A sogra de Deise, Zeli dos Anjos, que preparou o bolo e levou para o encontro familiar, sobreviveu, assim como uma criança de 10 anos que também consumiu o doce. O caso segue sendo lembrado como um dos mais macabros da região, devido à premeditação e aos métodos utilizados pela suspeita.