O fechamento da fronteira entre Venezuela e Brasil, anunciado nesta sexta-feira (10), marcou o início do terceiro mandato de Nicolás Maduro como presidente venezuelano. A decisão foi implementada por militares venezuelanos, que restringiram o tráfego de veículos na cidade de Pacaraima, em Roraima, utilizando cones e reforçando a presença nas proximidades do limite fronteiriço. Embora tenha gerado redução no fluxo migratório, a Polícia Militar de Roraima informou que as movimentações permanecem normais.
A polêmica envolvendo as eleições venezuelanas em 2024 segue alimentando tensões diplomáticas. Maduro foi proclamado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral e pela Suprema Corte, mas a oposição e diversos países, incluindo o Brasil, questionam a legitimidade do processo, alegando fraude. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não reconheceu oficialmente a vitória de nenhum dos lados e pediu, assim como outros líderes internacionais, a divulgação das atas eleitorais, barrada pela Suprema Corte venezuelana, alinhada ao governo.
Historicamente, o governo da Venezuela tem fechado a fronteira com o Brasil em momentos de instabilidade política. Em junho de 2024, a passagem também foi interrompida às vésperas das eleições presidenciais venezuelanas. Esse padrão foi destacado pela Polícia Militar de Roraima, que segue monitorando a situação, mas afirma que a decisão sobre o fechamento cabe exclusivamente às autoridades federais.
A ausência de Lula na posse e o distanciamento entre os dois países refletem o atual cenário político. Representado pela embaixadora brasileira em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, o Brasil mantém uma posição diplomática cautelosa enquanto monitora os desdobramentos da crise venezuelana. A decisão de fechar a fronteira sublinha o ambiente de incertezas que marca a relação entre os dois países.
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