Polícia Civil desarticula quadrilha do “golpe dos nudes” e prende três suspeitos
Após sete meses de investigação, a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Dois Irmãos e com apoio de agentes das Delegacias de Ivoti e Capela de Santana, além da Polícia Penal, deflagrou a Operação Täuschen para combater o conhecido “golpe dos nudes”. A ação resultou no cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária entre os dias 14 e 16 de janeiro.
De acordo com a investigação, uma vítima de Dois Irmãos foi enganada após trocar mensagens com uma suposta mulher pela internet. Ela recebeu fotos íntimas e, posteriormente, foi chantageada por indivíduos que se passaram por um delegado e por um advogado. O grupo exigiu dinheiro alegando a existência de um processo judicial e danos psicológicos causados à suposta jovem. A vítima, com medo de ser presa, efetuou pagamentos até o caso ser denunciado.
O delegado Felipe Borba explicou que, apesar de o homem ter bloqueado a falsa jovem após descobrir que ela teria 15 anos, ele continuou sendo alvo de extorsão. “Após diversas diligências e análise de dados relacionados aos telefones e contas bancárias usadas no crime, representamos pela decretação da prisão temporária dos suspeitos e pela expedição de mandados de busca”, destacou.
Os mandados foram cumpridos nos municípios de Campo Bom, São Leopoldo, Presidente Lucena e na penitenciária de Montenegro, onde um dos envolvidos está detido. Na cela do suspeito, foram apreendidos cinco celulares que serão analisados.
Segundo o delegado Borba, o “golpe dos nudes” caracteriza o crime de extorsão, cuja pena pode chegar a dez anos de prisão. Ele alertou que este tipo de crime possui um alto impacto social devido ao seu caráter íntimo, o que faz com que muitas vítimas não denunciem. “Em Dois Irmãos, já tivemos caso de suicídio atrelado à prática deste golpe, evidenciando o elevado potencial negativo que possui”, afirmou.
O delegado também fez um apelo para que as pessoas tenham cuidado ao buscar relacionamentos na internet. “Os golpistas se aproveitam de qualquer vulnerabilidade para obter recursos ilícitos. Este é um dos crimes mais difíceis de investigar, pois envolve quebras de sigilo telefônico e bancário, além de contas abertas em nome de terceiros”, explicou.
Por fim, ele orienta que quem desconfie de ter sido vítima do golpe procure a delegacia mais próxima para registrar ocorrência e busque auxílio bancário para evitar prejuízos financeiros.