Planeta cruza limite crítico de aquecimento de 1,5ºC pela primeira vez
O aquecimento global atingiu um novo patamar em 2024, com a temperatura média global superando pela primeira vez a marca de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Esse dado histórico, divulgado pelo Met Office do Reino Unido, indica que o ano foi o mais quente desde o início das medições modernas em 1850. Especialistas destacam que, embora esse limite não configure uma violação direta do Acordo de Paris, ele evidencia o quão próxima está a humanidade de ultrapassar as metas climáticas estabelecidas.
Eventos climáticos extremos, como o recorde de calor em 2024, têm sido impulsionados tanto pelo aumento dos gases de efeito estufa quanto por fenômenos naturais como o El Niño. Esse padrão climático, que contribuiu com cerca de 0,2°C ao aumento anual da temperatura, potencializou os efeitos do aquecimento global nos últimos dois anos. Apesar disso, especialistas ressaltam que as emissões humanas de dióxido de carbono continuam sendo o principal fator para o aumento das temperaturas globais.
Os cientistas alertam para os riscos crescentes associados ao aquecimento global. Elevação do nível do mar, colapso de ecossistemas, como a floresta amazônica, e o derretimento de geleiras na Groenlândia e na Antártida são alguns dos pontos críticos que podem ser desencadeados por frações adicionais de aquecimento. Além disso, cada grau adicional intensifica a frequência e gravidade de eventos extremos, como enchentes, secas e ondas de calor.
A falta de reduções significativas nas emissões de combustíveis fósseis é um dos maiores desafios enfrentados atualmente. De acordo com o professor Tim Osborn, as emissões de CO2 continuam a crescer, impulsionando a temperatura global em uma trajetória ascendente. Para evitar consequências irreversíveis, será crucial intensificar os esforços para a transição energética e a redução de gases de efeito estufa, como estipulado pelo Acordo de Paris.