Novas regras do Pix geram polêmica e dinheiro em espécie ganha força no comércio
Desde o dia 1º, quando as novas diretrizes da Receita Federal para transferências financeiras entraram em vigor, o cenário econômico tem sido marcado por incertezas entre pequenos empresários. A principal mudança consiste na fiscalização mais rigorosa de transações via Pix que ultrapassem R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas mensalmente. Essa medida faz parte de um esforço do governo para ampliar a identificação de possíveis casos de sonegação fiscal, embora a Receita assegure que não haverá aumento de impostos.
A mudança tem gerado repercussão imediata no cotidiano de comerciantes. Muitos relatam que estão abandonando o Pix como principal meio de pagamento e voltando a priorizar o dinheiro em espécie. No último domingo, caixas eletrônicos em Brasília chegaram a registrar falta de cédulas, o que reforça a preocupação crescente entre empresários que temem os impactos da fiscalização mais rígida.
Enquanto isso, o Banco Central destaca que o Pix se consolidou como o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, presente na rotina de 76,4% da população. Contudo, com a intensificação do monitoramento fiscal, essa preferência pode ser ameaçada, alterando o comportamento tanto de consumidores quanto de comerciantes. Cartões de débito e crédito também estão na mira das novas regras, que exigem o envio semestral de informações financeiras por parte das instituições.
Apesar de as autoridades garantirem que o objetivo não é gerar mais tributos, a percepção geral é de que o cerco aos sonegadores reflete uma busca por aumentar a arrecadação de impostos. A expectativa agora é acompanhar os desdobramentos das medidas e seus impactos no mercado, enquanto pequenos empresários reavaliam suas estratégias para lidar com as novas exigências.
Presidente Lula rebate boatos sobre taxação do Pix e reafirma confiança no sistema
Com o intuito de combater a desinformação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou o Pix de forma simbólica ao fazer uma doação de R$ 1.013 para a vaquinha da Arena Corinthians, desmentindo as notícias falsas sobre uma suposta taxação do sistema de pagamentos. “Hoje, fiz um Pix para ajudar o Corinthians a pagar sua dívida e aproveitei o momento para desmentir as fake news que estão circulando nas redes sociais. O governo não vai taxar as transações via Pix”, afirmou Lula em um vídeo publicado em suas redes sociais.
O Pix, lançado no final de 2020 pelo Banco Central, tornou-se o meio de pagamento mais usado pelos brasileiros, com 76,4% da população utilizando o serviço de forma recorrente. Além de sua praticidade, rapidez e segurança, o sistema foi criado para democratizar e modernizar as transações financeiras no Brasil, sendo hoje uma ferramenta indispensável para milhões de cidadãos e empresas.
A doação de Lula à Arena Corinthians também chamou atenção por reforçar a importância do Pix como meio acessível de transferência de valores. A iniciativa de financiamento coletivo do estádio já arrecadou quase R$ 35 milhões até o momento e tem como meta atingir R$ 700 milhões. Localizado em Itaquera, o estádio é um dos maiores símbolos do futebol brasileiro, com capacidade para 49 mil torcedores.
Além disso, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) intensificou sua atuação no combate à desinformação, criando o programa Brasil Contra Fake. A iniciativa tem como objetivo esclarecer a população sobre notícias falsas, especialmente aquelas envolvendo temas econômicos e ações governamentais.