Os dados do Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS) revelam um panorama preocupante: entre janeiro e novembro de 2024, foram registradas 20.550 multas por recusa ao teste do bafômetro, resultando em uma média mensal de 1,8 mil infrações. Este cenário reafirma o comportamento de risco dos motoristas e demonstra que os números seguem elevados desde o término da pandemia, superando até os índices de 2020 e 2021.
A Operação Balada Segura, que realizou 86.472 abordagens ao longo do ano, teve como um de seus pilares a utilização de bafômetros passivos, que permitem uma triagem rápida. Das abordagens realizadas, cerca de 6% resultaram na recusa ao teste do etilômetro. Especialistas reforçam que a combinação de fiscalização rigorosa e legislação eficiente, adotada em países como Suécia, Canadá e Austrália, poderia servir de modelo para o Brasil no combate a esse tipo de infração.
Os impactos no trânsito são significativos: em 2023, o Rio Grande do Sul registrou 1.576 mortes em acidentes, sendo que 39% dos condutores testados em colisões fatais apresentaram presença de álcool no organismo. Apesar de elevado, o número reflete uma ligeira melhora em relação a 2022, quando o percentual era de 44%. A punição para recusa ao bafômetro, prevista no artigo 165-A do Código de Trânsito Brasileiro, inclui multa de R$ 2.934,70 e suspensão do direito de dirigir por 12 meses, com possibilidade de consequências criminais em casos graves.
Os números reforçam uma tendência crescente: em 2020, durante a pandemia, foram registradas 16.171 infrações por recusa ao teste; em 2021, esse número subiu para 18.352; em 2022, chegou a 27.964; e em 2023, atingiu 32.142, com um crescimento de 15% em relação ao ano anterior. As estatísticas deixam claro que, embora os esforços de fiscalização tenham aumentado, ainda há um longo caminho para reduzir o impacto do consumo de álcool no trânsito.