Durante uma cerimônia em alusão aos dois anos dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que é “um amante da democracia”, comparando o amor à democracia à paixão de amantes. A declaração, feita em tom descontraído, provocou risadas entre os presentes. “A maioria das vezes, os amantes são mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres. Eu sou um amante da democracia e conheço o valor dela”, disse o presidente.
O evento foi marcado por homenagens e reflexões, incluindo a assinatura do decreto de criação da premiação Eunice Paiva, que reconhece personalidades em defesa da democracia. Lula também citou o filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, que aborda a luta pela memória do ex-deputado Rubens Paiva, desaparecido durante a ditadura militar. Em um discurso firme, ele enfatizou: “Hoje é dia de dizermos em alto e bom som: Ainda estamos aqui. Democracia sempre, ditadura nunca mais.”
As declarações do presidente repercutiram rapidamente, com o ex-presidente Jair Bolsonaro reagindo nas redes sociais. Ele criticou o tom da fala e reforçou valores ligados à família. “Sou apaixonado pela minha esposa. A família é a base da sociedade”, declarou Bolsonaro. A fala de Lula foi contextualizada como uma analogia à sua dedicação ao sistema democrático, mas gerou uma troca de provocações entre as lideranças políticas.
Paralelamente, a Polícia Federal avançou em investigações relacionadas aos atos antidemocráticos de 2023. Jair Bolsonaro e outros 39 envolvidos enfrentam acusações de conspiração contra o Estado Democrático de Direito. A PF revelou mensagens, depoimentos e até uma minuta de decreto golpista supostamente vinculada ao ex-presidente. Lula reafirmou o compromisso de seu governo com a democracia: “Todos pagarão pelos crimes cometidos, com amplo direito de defesa e presunção de inocência garantidos.”