A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) oficializou o retorno do fenômeno La Niña, conforme previsto em dezembro pela MetSul Meteorologia. O fenômeno, caracterizado por temperaturas abaixo da média na superfície do Oceano Pacífico equatorial, já começou a influenciar o clima global e deve persistir até abril de 2025, com transição para a neutralidade prevista entre março e maio. Esse é um evento de curta duração, em contraste com o longo ciclo de 2020 a 2023.
Os impactos da La Niña no Brasil já começaram a se manifestar, especialmente na redução de chuvas no Sul do país e aumento na Região Nordeste. No Rio Grande do Sul, áreas agrícolas enfrentam déficit hídrico que pode comprometer a produtividade de culturas como milho e soja. Apesar de a umidade acumulada no solo em 2024 atenuar os efeitos imediatos, o prolongamento do tempo seco pode agravar a situação. Por outro lado, estados do Nordeste devem registrar um aumento das precipitações.
Em termos globais, a La Niña influencia padrões de vento e temperatura. No Sul do Brasil, há maior probabilidade de incursões de massas de ar frio e, eventualmente, ondas de calor e temperaturas extremas no verão. Além disso, durante o fenômeno, há uma leve redução no aquecimento global, embora os efeitos do aquecimento recente mantenham as temperaturas médias planetárias elevadas.
Especialistas destacam a relevância do fenômeno como parte do ciclo El Niño-Oscilação Sul (ENOS), que regula padrões climáticos em todo o mundo. Embora o evento atual seja considerado fraco, ele já provoca variações importantes na distribuição de chuvas e na temperatura, reafirmando sua influência direta nos sistemas meteorológicos regionais e globais.