Investigação aponta rivalidade familiar como motivação para crime envolvendo bolo contaminado
As autoridades em Torres confirmaram que o arsênio encontrado em um bolo contaminado, que resultou na morte de três pessoas, foi inserido na farinha utilizada na receita. A suspeita é uma mulher que teria cometido o crime por desavenças familiares. O caso foi detalhado em coletiva de imprensa pela Polícia Civil na manhã desta segunda-feira. A mulher está sob prisão temporária e poderá responder por triplo homicídio qualificado, além de tentativa de homicídio contra outras três vítimas, as informações são do Jornal Correio do Povo.
O crime, que abalou a cidade, teria sido motivado por disputas entre a nora e Zeli dos Anjos, responsável por preparar a sobremesa. As investigações revelaram que desentendimentos antigos, que começaram há mais de 20 anos, teriam levado ao ato extremo. Apesar de a família manter uma convivência aparentemente pacífica, as tensões culminaram no episódio fatal, considerado desproporcional pela polícia. “As provas são robustas e deixam clara a intenção da suspeita”, explicou o delegado Marcos Vinícius Muniz Veloso.
Laudos periciais confirmaram que a farinha utilizada no bolo estava contaminada com 65 gramas de arsênio por quilograma, uma concentração impressionante de 2,7 mil vezes superior ao encontrado na sobremesa final. O químico também foi detectado nos sobreviventes e nas vítimas em doses que ultrapassam de 80 a 350 vezes o nível letal. Essa evidência descarta qualquer hipótese de intoxicação alimentar acidental, como destacou Marguet Hoffmann, diretora do Instituto-Geral de Perícias (IGP).
O pacote de farinha contaminada foi localizado durante buscas na casa da nora, em Arroio do Sal. Agora, a polícia trabalha para determinar quando e como a farinha foi adulterada. Enquanto isso, a suspeita permanece presa no Presídio Estadual Feminino de Torres, aguardando os desdobramentos do processo que poderá culminar em uma condenação severa pelos crimes cometidos.