A partir de 1º de fevereiro, os consumidores brasileiros sentirão um novo peso no bolso ao abastecer seus veículos. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) terá aumento significativo: R$ 0,10 por litro na gasolina e no etanol, chegando a R$ 1,47. No caso do diesel e biodiesel, o acréscimo será de R$ 0,06 por litro, totalizando R$ 1,12. Essas alterações representam aumentos de 7,1% e 5,3%, respectivamente, conforme informações do Conselho Nacional de Política Fazendária.
Embora a Petrobras não tenha anunciado ajustes nos preços das refinarias, a pressão para realinhamento com o mercado internacional é evidente. Estudos da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) apontam que a gasolina está defasada em R$ 0,27 por litro (9%) e o diesel em R$ 0,49 por litro (14%) em relação aos valores praticados globalmente. O último reajuste significativo da estatal ocorreu em julho de 2024, quando a gasolina subiu 7%.
Analistas destacam que os aumentos do ICMS terão impacto direto na inflação. Segundo o IBGE, a gasolina foi o item que mais pressionou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024, com uma alta acumulada de 9,71%. Caso a Petrobras decida corrigir as defasagens atuais, o IPCA pode ter um acréscimo de até 0,16 ponto percentual, segundo cálculos da consultoria LCA 4intelligence.
Mesmo com o ICMS mais elevado, especialistas acreditam que a disparidade entre os preços internacionais e os domésticos não será resolvida completamente. “O aumento do imposto não altera o custo da matéria-prima, mas deixa o combustível mais caro para o consumidor”, afirma Vitor Sousa, analista de petróleo e gás. O impacto no transporte de insumos, como alimentos, também preocupa, dado seu potencial de influenciar os preços de maneira indireta ao longo do ano.