A Food and Drug Administration (FDA) revogou a autorização para uso do corante eritrosina, conhecido como corante vermelho número 3, em alimentos e medicamentos ingeridos. A decisão foi motivada por estudos que indicaram que a substância causou câncer em ratos de laboratório. A proibição respeita a Cláusula Delaney, que exige o veto de aditivos com potencial cancerígeno. O corante já é banido na Europa, Austrália e Nova Zelândia, com exceção de alguns usos restritos.
Anvisa avaliará impacto no Brasil
No Brasil, a eritrosina ainda é permitida em algumas categorias de alimentos e medicamentos, mas a Anvisa informou que analisará as referências científicas apresentadas pela FDA. Apesar de estudos apontarem riscos em ratos, análises realizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em 2018 não identificaram preocupações relevantes para a saúde humana. A agência destacou que autorizações de aditivos podem ser revistas caso novas evidências indiquem riscos à saúde.
Especialistas celebram decisão nos EUA
A medida foi recebida com entusiasmo por defensores da saúde pública nos Estados Unidos. Especialistas, como a pesquisadora Sheela Sathyanarayana, apontaram que a decisão é um avanço importante, mas tardio. Críticos do FDA destacaram a necessidade de um sistema mais eficiente para reavaliar produtos químicos já aprovados, citando a dificuldade em banir substâncias mesmo após surgirem evidências de danos.