Empresa teria revendido aproximadamente 800 toneladas de alimentos contaminados pela enchente no RS
Na manhã desta quarta-feira (22/01), uma ação conjunta das Polícias Civis do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro resultou no cumprimento de oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados a uma empresa suspeita de comercializar 800 toneladas de alimentos contaminados pela enchente que atingiu o estado gaúcho em maio de 2024. Todas as operações ocorreram no estado do Rio de Janeiro, onde está localizada a sede da empresa investigada.
A investigação teve início na Delegacia de Polícia de Proteção aos Direitos do Consumidor, Saúde Pública e da Propriedade Intelectual (Decon/Deic) do Rio Grande do Sul. Segundo informações apuradas, os produtos vendidos pela empresa carioca eram oriundos de uma empresa situada em Canoas/RS, cujo depósito foi completamente atingido pelas águas contaminadas da enchente.
De acordo com a Decon/Deic, a empresa de Canoas, que atua no ramo de importação, exportação e distribuição de alimentos, vendeu os produtos para a empresa carioca de forma legal. Os alimentos tinham como destino exclusivo a fabricação de ração animal ou utilização em graxarias, pois estavam impróprios para o consumo humano devido à contaminação. Contudo, a empresa sediada no Rio de Janeiro teria revendido esses produtos ao comércio tradicional, obtendo lucro elevado, já que os adquiriu por cerca de um real o quilo.
Com a confirmação de que a sede da empresa suspeita ficava no Rio de Janeiro, o caso foi transferido para a Polícia Civil daquele estado. A Delegacia de Proteção ao Consumidor do Rio de Janeiro aprofundou as investigações, identificando a empresa e seus proprietários, o que culminou na operação e no cumprimento de oito mandados judiciais.
Em nota, a Delegacia do Consumidor/Deic reforçou seu compromisso com ações preventivas e repressivas para proteger as relações de consumo, a saúde pública, a economia popular e combater abusos do poder econômico.